Estou ali naquele balneário,
Depois de mais um dia de piscina,
Olho e vejo mulheres a tomar banho,
A boa disposição e alegria predomina.

Observo calada, aquelas mulheres,
Muitas trazem já no corpo as marcas,
Marcas do tempo, mesmo assim estão alegras,
O quanto já foram amadas, desejadas.

O tempo não perdoa na sua passagem,
Vejo-nos ali todas nuas,
A tomar banho todas juntas,
Como todas são diferentes, fortes e magras.

Algumas com a sua juventude já perdida,
Quantas sorriem, mas por dentro agonizam,
Seus corpos outrora esbeltos, agora disformes,
Já sem os seus outrora contornos.

Muitas fingem nem olhar para as mais novas,
Mas sim elas vêm e olham,
Será que por dentro choram,
Será que nem se importam, ignoram.

Eu sei um dia serei como uma delas,
Se o tempo me deixar viver para sentir as sequelas,
Não sei se estou preparada para senti-las,
Talvez nessa altura estarei mais tranquila.

A cada dia que passa, o corpo se transforma,
Não há meio de evitar, de o fazer parar,
Estamos na vida para vivê-la, que importa,
Se nada podemos fazer há que encarar...

No Escritório a trabalhar no meu Portugal