Ô cinza cidade,
que em seus semblantes me coloriu a infância...
Mesmo sem conhecê-los
Foi abrigo de tantos povos
E se tornou berço de seus filhos
Palco das memórias agridoces
Na meninice, na mocidade..

Experimentei alguns de seus sabores
Mas não tomei de sua bebida
Aquela.. com um aroma familiar
Que todas as tardes e manhãs
Nos faz voltar pra casa..

Nas suas noites
sem escuridão e sem silêncio
Olhei pro céu e sonhei distante
E nas madrugadas ansiosas
Pensando receios e desejos

Se um dia me despedir
Não esquecerei facilmente o quintal da juventude
Onde crescem tantas descobertas e alegrias
E sobre o porvir da vida tantas cantorias..
Afinal, somos companheiras
Compartilhando memórias e sentimentos
Construindo uma a outra..

Isadora B. Ab
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