Às vezes, refletindo sobre a vida,
Eu penso numa imagem desolada
Onde reina uma teia amarelada,
Nos ares penumbrosos estendida...
Onde a mobília antiga, descabida,
Ocupa a feia sala maltratada,
E uma tapeçaria desgastada
Desfia-se no chão, ensombrecida...
Nesse cenário de abandono, então,
Uma figura em meio à solidão,
Debruça-se na borda de uma mesa
Onde se despetala um cravo morto...
Ali sozinho fica o vulto absorto,
Compondo poesias... de beleza.
PAULO MAURÍCIO G. SILVA
© Todos os direitos reservados
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