Depois de tanto fato consumado,
Venho, quieto, soturno e consumido
Desabafar de espírito aberto...

Tudo o que procurei e foi revelado,
Trouxe, enfim, um desgosto ressentido
E estou todo de mágoas coberto.

Queria jamais ter por tudo isto passado,
Mas então, provavelmente não teria vivido
E não estaria nem preso e nem liberto.

Toco o pouco que resta de convicção magoado,
Também deveras perdido
Num eu que não se fecha, posto que entreaberto...

Vi do mundo um fogo o qual foi afogado
No mar da humanidade tão corrompido
Muito além do que eu havia previsto...

Murmuro a lástima em um gemido não chorado,
Buscando razão pelo que é e não deveria ter sido;
Pelo que eu vi e não deveria ter visto...

E tento redescobrir um motivo adorado
Para manter-me são - e não um verso não lido...
Aceitar as frustrações e ser um texto revisto...