A balança da morte


A fome é uma realidade vivida por milhões de brasileiros, pessoas que nasceram e cresceram na desigualdade estrutural. O Brasil esteve sempre no mapa da fome, de colônia de exploração, a colônia da miséria, tudo nas mãos de uma minoria e nada nas mãos da maioria. 
Pobreza vai além do termo etimológico da palavra, a subsistência está correlacionada com os diretos universais de igualdade. Vivenciamos uma realidade onde os setores responsáveis pela proteção dos indivíduos, infelizmente, utilizam-se de recursos burocráticos e excludentes, no tocante ao acesso dos direitos sociais.A pátria amada Brasil foi forjada por pessoas famintas, violadas, escravizadas, homens e mulheres que morreram e continuam morrendo no campo de concentração do poder pelo poder.  A fome não assistida mascara conflitos sociais que geram embates mortais em nome da sobrevivência. Até quando a indiferença, a ganância, o poder continuará ceifando vidas de cidadãos, de trabalhadores que movimentam a roda operacional do processo de construção de uma sociedade, dando a vida em prol do ideal de um mundo melhor e, infelizmente, morrendo nas bases subalternas da invisibilidade. Os que produzem o alimento para a minoria se alimentar é a maioria que tem fome, ou terá fome e não encontrará o que comer. A má divisão dos bens gera a miséria e a fome gritante que mata milhões no Brasil e no mundo. A fome dói e deve doer em todos nós. O racionamento dos alimentos e os preços exorbitantes podem levar uma nação à morte. Trabalhemos em parceria, a fome é crônica. Por meio de políticas públicas, devemos promover a democratização ao acesso à proteção social, capacitando e fomentando os profissionais do setor responsável a ter um olhar humanizado, ético e consciente diante da fragilidade do sistema e dos indivíduos assistidos. A igualdade e a fraternidade são o remédio, juntos podemos escrever capítulos de uma história onde toda a humanidade terá o que comer.