Partida incinerada de destinos,
Os quais deveriam, mas, jamais serão
Uma história romântica: Sonho de uma noite de verão
Onde o amor não encontra seus assassinos...

Havia em ti aquele calor intenso, incendiário,
De quem ama sem limites, mas eram brasas
Esfriando os meus sentimentos sem asas,
Não como os teus eram: Gratuitos. O meu era mercenário.

Desta vez não é por um sofrimento íntimo
Que invoco em versos o poder de um elemento.
É por ter trocado o papel, me tornado excremento.
Cinza de uma chama que não foi um mínimo...

Não reviverá do pó tal qual a lendária fênix
O que escrevemos em brutal e feroz calor.
Nunca houve genuíno e altruísta amor,
Apenas tentativas... E um carvão não pode tornar-se ônix...

Eu nem sei se tudo se apagou ou ainda arde
Em ti, algum resquício de ígnea sentimentalidade.
Eu me queimei no inferno da realidade.
Tu ainda és sonhadora e para ti nada é tarde...

O triste pesar de sentir que tudo foi tremendo engodo
Permeia ainda os dias como uma insistente chama,
A qual crepita em lenhas, sem sequer chegar à minha cama,
Onde durmo quieto, sem parte em teu todo.

Mas eu não expus tua delicadeza às mentiras flamejantes.
Jamais como prostituta ou no arcaísmo, a lúmia.
A verdade foi lâmina fervilhante, mas fui eu a múmia
A proferi-la, ainda que soubesse das consequências chamejantes.

Não me prostro vítima e respiro diante do arsenal
Que vier a me colocar em julgamento e apontar armas.
Este romance que não se fez e mais e mais carmas,
Incineram-se com o tempo em um fogo terminal...