Sou a inconstância na razão,
a certeza que cai em contradição.
Sou o pessimismo de hoje,
ofuscando o otimismo de ontem.
Sou a ponderação excessiva,
a incerteza convicta.
Sou vidente, sou descrente,
indesejável e deprimente.
Sou mira certeira na escuridão
e o  medo de pecar por omissão.
Sou aquela que olha para o futuro,
mas que não esquece do passado.
Sou prudente, sou covarde,
sou paciente...  agora é tarde.
Sou discreta, incompleta,
sou pacata e inquieta.
Não espere por uma solução,
ou quem sabe intuição,
não há mais evolução,
sou a tal da indecisão.

Renato Alves
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