Ouviu em silencio o poema a ela dedicado,
sentiu nas palavras balbuciadas do poeta o
quanto de sentimento verdadeiro lá havia.
Falavam aquelas linhas , ternamente ,
de um cálido amor, de uma romântica e
perene vida entre os dois.
Deitou-se sobre ele e, enlevada,
tomou a sua boca em quente e terno beijo,
roçando as primícias do desejo
Depois recostou-se ao magro peito
Ficaram mudos, enlaçados e sonhando
Ele com ela, nos dias vindouros , todos eles,
juntos , tão juntinhos, um ao outro fiéis
como pássaros que construíram ninhos.
Ele vendendo poesias nos portos do destino
Ela a sua espera, vestindo cor-de-rosa.
Ela não, sonhava com Paris,
Por que Cidade Luz? Questionava-se
Pensava em Verona, dos amantes,
Via-se já aos pés do Himalaia
Vislumbrava as dunas do Saara
Ela imaginava voltear o mundo
Ele continuava a mariscar estrelas
Ele adormeceu feliz
Ela, pé ante pé, imprecisa,
ganhou as ruas frias
Ele prosseguiu tecendo alegorias.
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