Ouvidoria ANTT 166

No Entorno sofremos violência diária

Mas a última não foi nada arbitrária

Foi algo planejado, fruto da aliança vicária

Entre os empresários e a ANTT, sua lacaia

 

Para os empresários, aumento anual

Para os usuários, inferno astral

Para os primeiros, tarifas mais caras, opção legal

Para os segundos, borracha ou gá na cara, e sem miau

 

Funciona assim, muito simplesmente

Os empresários colocam seus fantoches à frente

Da agência, e a usam para cagar na gente

Aumentando passagens quando lhes der na mente

Violando o contrato, sem contrapartidas decentes

 

Soberanos absolutos, sem fiscalidade

Por beneplácito da Fruta Podre em seu regaço

Sustentamos todo este esquema de criminalidade

Conhecida pelo povo, negada pela autoridade

 

Por isso, a vida é tão difícil no Entorno

Não se acha mais emprego para nosso povo

Somos discriminados, nada de novo

Mas, dessa vez, foi a ferro e fogo

Pais e mães de família sendo demitidos

Famílias desesperadas, seus arrimos perdidos

Os filhos pequenos definham, muito mal-nutridos

Contas atrasadas, de favor afligidos

 

"- Mas estamos em ano eleitoral, né? - Tudo vai melhorar, é só ter fé!"

Deixa de ser abestado, José! Os políticos recebem propinas desses rapuzés

Acha que vão dar um tiro no próprio pé? Os políticos são pagos pelos empresários

Os empresários recebem seus miliários

De reis dos transportes rodoviários

E os cidadãos de pangarés feitos de otários

 

Por que você acha que não há fiscalização? Por falta de verba? talvez de comichão?

Não! O sucateamento é feito por padrão

Por ordem dos que pagam pela inação

Daí que todos paguemos o pato

Usuários, rodoviários, até fiscais, amordaçados

Sem termos como nos opor a este destino fincado

Pela cultura do apadrinhamento muito bem cuidado

 

Uma coisa, porém, é certa, eu digo

Podem impor-nos este monstro cruel e indigno

Mas não podem contra a sabedoria do povo sofrido

Por exemplo, nestes versos em que os maldigo!