Como enxergar a vida e todo o mundo

Quando já se está morto? É tão estranho e cômico!

Não se preocupar com o tempo,  com o escuro, é irônico!

Ter ido e estar no esquecimento, no eterno profundo!

 

Minha voz, ninguém mais a escuta!

(E vejam só: estou berrando como um louco homicida!).

Meus passos passam despercebidos na incontida

Corrida da existência e ignoro, rindo, toda esta labuta!

 

Eu vivi sem sentido e sempre preocupado,

Portanto, é natural não mais me preocupar com os vaivéns.

Desgastamo-nos com trabalho e com meros vinténs,

E também com todo o resto e até no fim o humano está ocupado!

 

Agora posso estar livre para desabafar ou ser indômito.

Ser aquele onde o mal da responsabilidade não acampa,

E estar fantasma, sem ter na face um medo que se estampa

Por não cumprir expectativas, até em como é meu vômito!

 

Um dia todos chegaremos lá, não tenham pressa!

Levem a sério, riam: na morte, riremos mais!

Aproveitem o supérfluo, pois não o terão jamais

Após deitarem o corpo, para que a alma festeje à beça!