RENEGADOS

 

 RENEGADOS

Sabe  amor. . . cá  me

fica  na  memória  a

expressão  do brilho

cúmplice  do   teu

semblante,  quando

ainda éramos nós.

E  não mais sendo,

pareces  abismada

nesse teu  triste  e 

vago  olhar  disperso. 

 

Que transcende  num

muro  que  nos separa,

no  nosso  jeito sem jeito. 

Onde o  meu  traço  do 

teu  nome, quase  ilegível, 

até  antevia  que  nunca  

ele deixaria  de estar  lá.

Mas  em  viva grafia

num outro  muro.

 

Pena ! Olhemo-nos 

com  os  olhos  que

já  não imaginamos 

ter,  e nos  vemos

sem  saber  do 

porquê : qual  a

causa  foi  afinal, 

aquele  desacerto 

entre  mais  desenganos.

E deixemo-nos ficar

somente   nisso : 

-corações  partidos,  se 

debatendo  a esmo- !

 

Eu  sei que entre nós

só  há agora  a  distância   

e nada,  do que restou

em  nosso  já  apagado  

enlevo.  Nos  lançamos

a um  ritmo,  bem além  

do  sangue,  em que 

pulsávamos  ser.

 

Somos  sem que saibamos    

- renegados - daquele  já

etéreo  sentimento  antigo.

Absolutamente  afogados 

pelas  marés da compaixão  !!!!!!!!!!

 

 


 

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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