Pega minha mão trêmula
E vem comigo, não temas!
Escandalosamente rindo,
Decolemos, agarradinhos,
Em voos ascendentes,
Vertiginosos rasantes...
Dois pássaros noturnos errantes,
Frívolos andarilhos,
Desfrutando o ar da noite...
 
Embrenhemo-nos numa nebulosa,
Toquemos da lua um lado,
Sobre uma nuvem fabulosa,
Dancemos de rosto colado.
Vem! Rodopiemos, valsemos
A valsa dos desvairados poetas,
E quando o sol estiver nascendo,
Debaixo de nossas cobertas,
Abramos lentamente as pálpebras!
 
 

Lucilla Guedes
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