Como uma música orquestrada a invadir minha alma,

A dor alojou-se em mim germinando sua intensa semente.

E eu tremi com a sensação excruciante de quem sofre um trauma

Nesta ária negra a qual amortalha meu espírito doente...

 

Eu cultivei devaneios e fantasias e agora nada me acalma.

Vi meus palácios derruírem, assim como os dos outros em ato fremente

E não pude lutar, apenas me calei e fui esbofeteado com a palma

De uma mão titânica e cruel a tentar m'espremer demente.

 

Oh! Música de estranho sofrimento, por que me queres!?

Fustigas meu corpo e torturas minha mente por qual recompensa?

Devo eu ficar só, enlouquecer, ser ignorado por homens e mulheres!?

 

Quanto devo penar para chegar à lúgubre mortalha?

Só ouço o trecho musical desta ária da dor; só nisto a agonia pensa

E vou cambaleando como um espectro indo de batalha em batalha...