A ironia em pensares ser alguém ou algo de importância

É que, em suma, ninguém possui identidade e cada um é um 'ninguém'.

Caminhas um caminho de ilusão, permeado de irrelevância,

Porque és de suprema irrelevância também!

 

Viveste sem viver. Tudo que fizeste foi em vão e no mundo,

Ninguém é igual: Nem em personalidade e nem em direitos.

Mas vais apodrecer igualmente a todos: num caixão oriundo

De madeira bruta e cheia de larvas sem pudores nem preceitos.

 

Teu rosto é apenas mais um na multidão. Não és um gênio,

Nem és mais forte, nem mais carismático: És um protótipo de defunto

E teus filhos o serão e toda a tua geração daqui há um milênio!

 

Vês? Nada importa o que foste na vida, é impiedosa a realidade:

Ostentas uma falsa e pretensa glória, mas não passas de um conjunto

De mentiras magnânimas, mas que não disfarçam tua falta de identidade.