O que mais posso ter senão esperança e dúvida?

Que as carrego desde que era criança madura,

que me puxavam pela mão e me davam caminhos,

mesmo que me chamassem as ruas escuras,

que não reconhecesse o fel e o vinho...

 

Um cofre, um odre, um sonho, um coração

por onde passam pesadelos e desarranjos,

onde perco de vista as mãos,

largo-me à paz em seu remanso...

 

Olhe-me bem e uma árvore verás,

mais ainda e luz intensa e breu,

mais de perto ainda terás

o que sou e não sou eu...

 

Prieto Moreno
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