SUBVERSÃO

 

SUBVERSÃO

Havia  uma  mansa

reação  na  urgência.

Havia  desérticos  vazios,

nos    presságios.    

Havia  qualquer   

coisa  no   olhar,  

que urdia  desastres.

Havia   em  cada   salto, 

uma  sumida   leveza.

Havia   no  profundo   sono,  

inquietudes   recorrentes.

Havia  outonos   na primavera

e  chuvosos  invernos  no  verão.

Havia  certo  conformismo   mudo,

mesmo  no  grito  do  susto.

Havia   naquele   desejo,

os  senões  de  uma 

já  morna   paixão.

Havia  por  entre  cinzas

a  tão  inconcebível    busca,

de  póstumos  carinhos.

Havia:  o ridículo,  o   atroz,

a  subversão  dos  sentidos.

Havia  em  tudo  que se  é,  

um    completo  já   ter   sido . . .   


 

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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