Simone Helen Drumond Ischkanian

Sou uma cabocla pura de uma raça dura. Nasci em 28 de maio de 1972, em Manaus capital do Amazonas. Tive uma infância humilde, mas alegre apesar das dificuldades que minha família enfrentava. Sou uma amante de palavras. Quando pequena, assim como outras crianças, gostava de me entreter fingindo que a placa de madeira que vedava o retângulo da porta de entrada sem portinhola, na casa onde morava, era uma lousa, hoje lousa. Então escrevia ali os deveres que os alunos fictícios copiariam, como na escola. Mas, de verdade, nunca pensei em ser professora ou escritora.

 
No entanto, mesmo sem saber, ainda pequena era uma amante de palavras.


 

 

 
 Na família onde nasci, palavras escritas não tinham privilégio. Vim de uma família muito carente. Se a linguagem escrita quase não tinha lugar, no rio do cotidiano familiar, a palavra falada corria caudalosa.


 

 

 
Papai era dono de muita destreza verbal. Homem forte, alegre, tinha grande prazer em dialogar, cantar, contar (em detalhes preciosos). Invencionices verbais eram corriqueiras e nós ríamos muito naquele tempo.


 
 


 
Já mamãe tinha um profundo respeito pelo poder das palavras. De formação muito católica, dizia, por exemplo, que o demônio se aproximaria mais e mais de nós a cada vez lhe pronunciássemos o nome. Dizia do cuidado que sempre deveríamos ter com as palavras que falávamos. Acreditava profundamente, em suma, que palavras eram capazes de criar realidade.


 

 

 
 


 
Nunca ouvi de ninguém que devesse estudar para melhorar de vida. Se o fiz, foi porque quis. Isso mamãe também dizia. Por que quis? Certamente, não por uma intenção pragmática de construir qualquer escada que me alçasse a outra classe. Com certeza, por uma intensa curiosidade a respeito do mundo, uma vontade de saber mais que me consumia e uma exagerada paixão por palavras.


 

 

 
Ainda hoje, guardo uma curiosidade quase infantil pelas coisas do mundo. Muitas vezes sou tomada por urgências que me impulsionam ao ato de procurar descobrir porquês, sejam simples, ou mais complexos. Como agora, no processo da escrita de poesias, textos, artigos e histórias em que estou imersa.


 
 


 
Ler é interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto, que leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade, e, embora a escola seja o foco desta pesquisa, esse processo está relacionado a todas as outras redes de que os sujeitos vêm fazendo parte durante sua vida.


 

 

 
                                                                Simone Helen Drumond - Manaus - Amazonas

"“Convido-te a voar comigo, este primeiro vôo onde as perspectivas de um futuro melhor fazem-se presente, através de metodologias onde os encontros, desencontros e reencontros nos levam a ressignicar nossa caminhada de vida”."

💬   simone_drumond@hotmail.com

🔗   http://simonehelendrumond.blogspot.com