Quem eu sou? Por que realmente está pergunta deveria ter uma resposta? Por que deveria seguir o modelo de todas as outras? Se me perguntas quem sou digo que sou uma pessoa que não segue modelos, não espere que eu o faça. Eu sou a escuridão, não está que sobrepuja o sol e sua excelência, não vivo para escurecer teus cabelos, ou teu corpo nu, também não sou a sombra cálida de uma árvore, nem as trevas que rodeiam teu lascivo cérebro. Não sou o fim do iluminismo nem o começo dele. Não sou o relance de um pensamento obscuro que impensadamente toma a luz do teu olhar.


Então conseguiu tirar tuas próprias conclusões? Ou concluiu que teu modo de pensar se tornou tão medíocre que prende tuas asas vacilantes em uma teia de alienação? Não ligo para a resposta de tais perguntas, mas meramente me apresentarei por mera educação, não é isso que as sociedades fazem? Agem por mera hipocrisia?

Eu sou o negro da tua alma, o espaço que limita o teu pensamento e a tua razão ao mesmo tempo em que é análogo a eles. Sou a perspectiva de vida que segue constante o gosto pelo mistério, o novo e o incognoscível, sou os olhos apaixonados de um homem, sou a brisa do pólo ártico que mata tal qual abraça, sou os cabelos de uma sereia que envolve lenta e calorosamente um coração e transformam-se em navalha para estraçalhá-los.


Não pergunte quem sou, pois afinal já fui e serei muitos e continuarei sendo eu mesmo. Da próxima vez pergunte quem serei, poderei ser mais lacônico em uma oratória menos maçante e muito mais ativa. Um anjo negro com as asas do corvo da morte, um homem com uma simbólica pétala roxa no coração. A poeira que corre no vento, e entreva os olhos atentos. Quem mais sou? Além da escuridão!

"Aqueles que acreditam que o amor acaba, nunca o viram de fato principiar!"

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Poesias de Conde Max

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