Eu sinto inveja de vocês, verdadeiros poetas.


Como eu sinto inveja de vocês, verdadeiros poetas, em quem a poesia é tão regular.
Em mim, ela não é freqüentadora assídua, nem contumaz.  
Vem quando quer e bem lhe apraz e vai sem pedir licença, nem avisar quando volta.
Agora mesmo, ando vazio.
E sem poesia, faço poesia sobre a ausência da poesia.
Não me queixo, porém.
Ando em tal estado de torpor que nada sinto.  Em conseqüência, nada dói.
Ausência de poesia é, consecutivamente, igual à ausência de dor.
Então:
_ Viva a ausência de Poesia!

BRUNO
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