A SERPENTE QUE HABITOU O PARAÍSO

 

Os meus desejos ardentes
Aliam-se às tuas vontades,
Concordam quando nos tocamos...
Nossas bocas emudecem-se uma na outra...
Tua boca avidamente devora o meu pedaço,
Torturando-me aos poucos, d’uma só vez...

Chego ao teu ponto,
Eufórica tu contorce o corpo como uma serpente,
Perdes os sentidos mesmo sabendo o que fazes,
Sorris de prazer, gritas!

Perdemos a noção do que fazemos,
Sabendo de fato quem nós somos...

O nosso prazer exauriu-se,
Gotejando suor de satisfação!

Juntos gozamos nessa vida!

Quem foi que partiu
Sem saber para onde ir?

A única certeza é o nada que restou!
 

Jairoberto Costa
© Todos os direitos reservados