Espírito!

Espírito bruma vaga desditosa
tu vagueias sobre e dentro da matéria
balanças ao vento caprichoso
preso aos seus intrincados nós e laços
por onde anseias, egoísta, desejoso e vil
subtraindo toda energia de quem possa
deveras, estender-lhe a mão
oferecer-lhe uma amizade, alguma afinidade
alguma companhia
de alguém que possa caminhar contigo
enquanto planejas em sua mente obtusa
uma forma de obteres o que voluntarioso exiges
na sua infantilidade, na sua futilidade

 

Espírito nevoeiro espesso
tu és anexo ao corpo móvel
e sorris na tua tola pretensão
de achares que persuades
quem de ti sente alguma compaixão,
emprestado-te os ouvidos
para a tua interminável novena
de euforia e decepção
- pois nunca aprendes com os erros -
destruindo autoestimas e depois as levantando
jurando aos fracos e dependentes
de que serás sempre com eles
Sendo tu mesmo dependente
de escudo, aceitação e companhia
para o dia que tropeçares nos teus próprios pés

 

Espírito que extrai a força dos neurônios
a proteína dos músculos e cálcio dos ossos
Isso por que tu és incapaz de seres
independente e realizador sozinho
Não adoces me a boca por que sinto asco e raiva de ti
És um nada, pernicioso, vaidoso e tolo!
Não podes coisa alguma me acrescentar
Além de me cansares por seres vazio e tacanho
Enxerga que não sou como tu és!
'Vade retro satana
Numquam suade mihi vana'


 

Saudades de postar alguma coisa!
Agradeço quem me lê. Aos velhos amigos: bem vindos , sempre!
Elisa Gasparini
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