Eu ainda era pirralho, empinava pipa
Brincava de pique, todo dia a pelada
Da rua tranqüila, onde brincar é rotina
No tempo de uma infância encantada
 
Em noites, o papo invadia a esquina
Conversas em dia, garotos na calçada
Passava uma menina, pura adrenalina
Namoros de criança, época enfeitada
 
Mortificada pelo compasso dos dias
Contratempo do homem então menino  
 Acelerado em direção ao que é destino
 
Perpetuando as lembranças e fantasias
No passado que se chora em desatino
Ao presente que o desenho não é fino

 

 

Murilo Celani Servo
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