Mardilê no texto poético "Como um poeta" conseguiu muito bem, nos passar a dicotomia tempo/solidão, que habita ao longo da vida a cabeça humana. Na verdade seu texto é uma contrição, também romântica, com aquele algo de ilusório. Seria interessante observar especialmente essa sequência de versos expostos no meio do texto: "Exilo-me . . . ","Que esconde . . . " "Mudou a Lua em Sol solitário". Apresenta aí a ideia em uma hesitação significativa, entre o canto romântico e a sensibilidade de análise e do gosto intelectual, que coexiste na poesia.
Finalmente elege o tempo, como o senhor "Tempus regit actum", do bem e do mal, que lhe reserva e oferta o "bem" (ilusão fantasiosa) e depois retira, deixando a solidão. É o uso característico emotivo da palavra "tempo". Então a própria sintaxe revela a solidão . . .
BRAVO MARDILÊ