Dentro do absoluto silêncio da noite, um grito.
Iluminado o escuro, pelo clarão da lua
Vê-se o medo, estampando um rosto aflito
Descortinando seu olhar no deserto da rua

Lágrimas pelo desejo que lhe é restrito
Chora pela madrugada uma pobreza nua
Uma realidade que o fim é o infinito
Da labuta da vida que faz a sua luta

Em cada amanhecer, o sol é a esperança
Vigorando a existência no embate com a dor
No cotidiano sofrido a espera de mudança

Incerteza do futuro que retrata a insegurança
Na dúvida dos planos um sentimento de horror
Trancafiado na pobreza desta vida que é herança

 

Murilo Celani Servo
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