Aquela dor que eu sentia,

Que me tomou por inteira,

Ofuscou o meu olhar

E seu brilho apagou,

Destruíu minha alegria,

Transformou meu riso em dor.

 

Fez murchar minha esperança,

Emudeceu o meu canto,

Encobriu a luz do sol,

Escondeu a luz da lua

Deixando minha alma nua.

 

Entrou sem pedir licença

Tão cheia de autoridade...

Como quem tudo pode

Sem dó e sem piedade

Tornou minha alma vazia,

Incorporou em meu ser

Tristeza e melancolia.

 

Aquela dor que eu sentia

(Tempestade arasadora),

Transfundiu o meu caminho

Em total escuridão

Fazendo sua morada

Em meu frágil coração.

 

Ah...Aquela dor que eu sentia

Que meu credo destruíu

Se foi na nuvem do tempo,

Levou todos os seus pertences

Deixando a casa vazia,

 

Mas hoje, a casa vazia

É paz e muita alegria,

Tem um novo inquilino

Que se chama POESIA.

 

Nair Damasceno
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