MEUS SEIS SENTIDOS

Usando meus seis sentidos, eu exploro a dimensão de teu ser.
 
Com a visão, contemplo o horizonte de teu corpo na penumbra do quarto, delineado em suaves contornos sobre a cama. Rosto, ombros, seios, quadris, pernas...  todos perfilados feito colinas de diferentes tamanhos ao final de uma pradaria.
 
Com a audição, escuto a melodia de tua voz, doce como o gorjeio de um pássaro feliz, e também ouço a tua calma respiração, que de encontro a meu peito soa como o murmúrio de um rio, como o canto do mar.
 
Com o olfato, aprecio o perfume que tua pele exala. Único feito uma impressão digital, ele te marca em minha memória e incita meus sentidos, levando-me a te querer cada vez mais.
 
Com o paladar, eu provo a tua pele, a tua língua, a tua saliva doce e degusto a tua preciosa seiva. E também o teu suor, quando teu corpo está colado ao meu, cavalgando-me como a um selvagem corcel, livre e solta feito uma Valquíria, dando vazão a toda a força que teu ser contém.
 
Com o tato de minhas mãos, rosto, nariz, boca, pescoço, pernas e pés eu percorro tua forma e me embrenho na tua rica geografia, deslizando por tuas encostas, passeando por teus alvos campos, viajando por teus vales, admirando tuas cores, trançando-me em teus membros, banhando-me em tuas cascatas e me perdendo em tuas grutas.
 
Com o amor, meu sexto sentido, eu te protejo e preservo dentro de mim feito uma pintura de Monet, com cores ricas e cheias de sentimento extraídas da paleta em que meu coração se transformou desde que te encontrou.
 
Por fim, encantado pela beleza feminina de tuas formas, eu descanso em tua lembrança, feliz como um filhote alimentado, como uma nuvem livre do vento, como uma estrela apaixonada pelo mágico brilho de teu sol.
 
 

 

HC
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