São mil facas,
Milhões de lugares,
Centenas de pessoas
E um alvo a ser atingido.
 
São mil facas...
E nada há para fazer
Cada uma delas um dia
Há de fazer-te sofrer.
 
Malditas mil facas e suas lâminas
Implacáveis, que truncam a tudo..
Seja por pena, temor ,
Ódio, paixão ou simplesmente amor.
 
Mil facas, arte da poesia sombria,
Que com sutil toque lhes deu o poder
De transformar o mais sublime sentimento...
Em silente e lancinante dor.
 
Ávidas mil facas
De corte recôndito e preciso.
Onde se ocultam?
Onde se forjam?
 
Mil facas de solidão...
Fende corpo e alma,
Mantem em torpor, inação.
Traz ira, e total indiferença a razão.
 
Mil facas...
Mil facas mundanas...
Mil facas da poesia...
Mil facas elas são, e com elas convivemos.
Vivemos, sabendo que um dia nos mutilaram.
 
E nada resta a fazer
Além de estancar o sangue,
E curar a ferida... Seguir com a vida,
E aguardar a próxima faca a ti prometida.

Poema inspirado pelo comentário do colega poeta "O Crime Perfeito" no poema "Uma última de amor".
De fato, mil facas, espero o dia em que elas cessarão.
Luan Mordegane Pupo
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