. . . DESPERTAR . . .

. . . DESPERTAR . . .

 

...DESPERTAR . . .

Quando na Terra
adormecem os seres
repousam num silêncio absoluto
Sonos inabaláveis, profundos ...
Presos nos labirintos do inconsciente
Meu eu, num passe de mágica,
desperta...
sonha acordada,
devaneia com o Universo,
e com fulgor ascende
inspira-me o luar
círculo do poder feminino
gravado no céu reluzente,
belo desenho aquarelado
matizado de nuvens e estrelas
explosão de cores...
nascem duas direções...
caminhos...
me desvio dos atalhos, em prece
lugares sombrios...
que levam às catadupas do mistério
me afasto das alamedas escuras,
do barulho e da poeira cáustica
não há lamentos, dissipam-se as tristezas
Aterrisso num chão de veludo verde
desfaz-se a muralha das trevas
transformo-me em clara onda, de paz
alcanço a dimensão do equilíbrio
torno minha aura lavanda-lilás
paira no ar a harmonia ...
dos oito elementos...
um cheiro do jasmim da noite
se alastra no tempo
rejuvenesço minh'alma
meus cântaros vazios enchem-se
da mais pura água...
recobro a serenidade
Sou alfenim...
Refrigerando meu pensar
Rodeada de pirilampos,
que cobrem a face de meu jardim,
repleto de pequenas margaridas
Sinto a doçura e alegria das fadas
Abraço-me com a vida,
meu cálice transborda,
ao vislumbrar esse brilho feérico
secreta luz dourada
revelada transmutação
meu despertar...


 

Prosa Poética
Bruma Lilás - Taís
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