Vira-latas

Um olhar sem dono

Que jalde conformado

Entre um destino sem palor

vivendo de restos por sobra de valor

Um vira-latas esquelético

Se alimentando iludido em raros gestos de pudor

Que por si logo se acaba

E com o rabo entre as patas

Segue sua vereda de sonhador

esbanjando sentimentos

sob pedradas levadas de quem ele tanto amou

e os lixos  sobre as rachaduras das calçadas

É o rastro deixado...das lixeiras fuçadas

para a trilha que segue uma busca incensante...

dum alimento que mate eternamente

A fome extrema, que se tem de amor.

 

 

 

Ardronn Leonardo
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