Meu platão, minha virtude

 
Pois eu, sem forças para aplacar a dor d’ausência, voltei, voltei para o conforto supremo, voltei para tentar trilhar os caminhos, sugando esse amor maior.
Dias cinzentos passei suplicando sua presença, lágrimas escondidas, e o meu ser em plena tortura.
Não clame um perdão, se diretas palavras não saíram da boca quando deviam, para assim clarear o seu pensar, ou o seu saber.
Medo, qual descrença destruída minhas forças para então, talvez atingir o surreal, e aí, eu e eu, não conseguimos...
E assim caminho, acreditando não em um sonho que se realiza, mais sim em ser salva por uma mão que se estenda, retirando-me de um abismo, qual este venho rastejando pelos obstáculos que machucam, mais segurando firmemente, pois vejo a luz e quando perco o fôlego, descanso, saio do ósseo...
Presente lembrança no meu sono, no meu amanhecer, mente que não se cansa de pensar, ou melhor, vivo por pensar.
Meu órgão segue os batimentos, minha pele elimina, minha boca saliva, minhas mãos ordenam, minhas pernas coordenam, e ainda assim, por pensar...
Penso que neste momento, o mundo gira e podemos estar de ponta cabeça, por pensar...
Que a lua nos seus dias de intenso brilho é porque o sol atingiu a perfeita direção, ainda por pensar...
Que a teoria do Digo ainda não existe, talvez por ele ser cético, ...por pensar.
Que os diabos são anjos, e que utilizamos apenas 5% da nossa inteligência, ainda por pensar...
Que os cientistas malucos utilizam o carbono 14 para concluir, ainda por pensar...
Que o sangue circula, e ferve, e você esquenta, ainda por pensar no melhor sentir, e esse estratosférico sentir, se resume em alguém.

Meados de 2004 - part II...

 

Priscila
© Todos os direitos reservados