Pelo mundo que caminha só,
Pelas multidões que seguem cegamente o acaso,
Pelos doentes que vegetam nos corredores
Dos hospitais, mas da vida não abrem mão...
Pelos velhos que se recolhem à infância
Na busca de um dia a mais...
Pelos jovens que lutam, estudam, trabalham, amam
E sonham em reger o mundo amanhã...
Pelos amantes que amam a muitos
Mas gritam por um amor único e verdadeiro...
Pelos juízes que julgam a todos
Mas são réus de si mesmos...
Pelos médicos que salvam inúmeros
Mas choram pelos poucos que perdem...
Pelos ricos que têm créditos para tudo
Mas são devedores ao coração...
Pelos amigos que chegam, ficam e partem
E deixam um pouco, deixam muito de si
Com um cheiro de saudade no ar...
Pelos pobres que nada têm
A não ser a esperança que também é vazia...
Pelas flores que lançam seu perfume ao vento
E seu colorido em nosso tempo...
Pelos pássaros que têm a liberdade de voar
Mas sempre retornam ao ninho, porque o amor está lá...
Pelo sol que é crescimento e vida
Por nossa natureza que geme,
Pois sabe que sua hora está chegando...
Por nós que pecamos
Contra tudo e contra todos
E nos sentimos inocentes
Até prova em contrário...

Robertson
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