Você, mulher

De hábitos noturnos

Com seus traços expressivos

E esses seus olhos lascivos

Que tragam meu olhar quando lhe vejo

 

Você, mulher

De andar firme, pomposo

Tem um quê malicioso

Nesse seu jeito jocoso

Em seu sorriso, nos seus dentes

Que, famintos por minha carne rangem para me morder

 

Você, mulher

Que a cada instante se aproxima

E todo o corpo se excita

Ao sentir perto seu calor

Sentir seu cheiro natural

Que me entorpece, me alucina

Me suplanta, hipnotiza num ritual em seu louvor

 

Você, mulher

Que evoco, canto, espero tanto

Louco por ter seus encantos

Finalmente aqui aparece

Chega perto, enlaça, tece 

Uma rede de volúpia quando em mim seu corpo desce

 

Você, mulher

Que com seu fogo me aquece

E já sem rumo a gente esquece

O tempo, a vida, o sono, a prece

Peregrinos um no outro

E antes que o dia comece 

Extenuados, mas felizes, um sobre o outro desfalece

 

        31/07/96

Oliveira Santos
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