Da fuligem pegajosa,
Que é seiva,
Retiro o indispensável e me desenvolvo.
Cuspo flores, arroto frutos,
Idiossincraticamente contribuo com meu colorido
Pobre e pastel.
Nuances duma paisagem cinza,
Na qual me adequo, me destaco,
E sobretudo sobrevivo,
Minha maior qualidade.
Mas aí minha estação chega,
E com o outono se vai minha roupagem, meu pudor.
Desnudo, posso mostrar quem realmente sou,
Ser vivente camuflado de parede.
São Paulo.
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