Dueto 34º - Faço-te uma poesia...Ciganita e Caminhante

Dueto 34º - Faço-te uma poesia...Ciganita e Caminhante

 
Somos parte desse mundo paralelo.
O universo é completo unilateralmente.
Mas vejo-te como um reverso amarelo.
Se o vento passa, passa pela minha mente.

Soraia
 
Somos e ser é pura arte, mais um alelo,
Uma breve brisa num universo que sente,
Vês-me assim porque sou o teu espelho,
Confia porque o meu ser não te mente.
Bruno 
 
O mundo da esquerda é o intelecto do sul.
Da direita é perfeitamente cabível a mim.
Mas vejo-te como um espectro de luz.
Moro no oceano! No oceano de cetim.
 Soraia
 
No oceano que moras com tons de azul,
Lanço palavras conduzidas por um alecrim(1),
Que vão brincando com o vento, a cruz
No céu guia palavras que te chegam de mim.
Bruno
 
A vida é redemoinho de emoções.
Trouxe-nos esses versos! Versos duos.
 Vejo-te como um todo sem pretensões.
A tela de suas poesias não tem resíduos.
 Soraia
 
Um laço infinito com variados padrões,
Versos da dualidade, nos entendimentos
Alcançados mostro-te antigas ilusões,
Enquanto limpo a tela, desmascaro umbigos.
 Bruno
 
Desenho sons universais para a primavera.
Faço-te segredos. Em segredo desfaço-te.
Vejo-te como partes de uma quimera.
Navego em teu mar absoluto, resoluta.
 Soraia
 
Quimera precede a realidade, verdade
De quem acredita que pode mudar-te,
Não é vagabundo, mora no teu coração,
Determinação que nos faz ir à luta. 
 Bruno
 
Foi assim que distrai e soltei palavras.
Mergulhei na luz azul do seu mistério.
Então eu o vi, eu o vi! Livre para amar.
Ressuscita-nos nesses versos prévios.

Soraia
 
Distracção, desapego da mente, raras
Vezes o prazer de viver sem critério,
Pássaro preso só para se admirar,
Mas o que vistes é livre para voar.
 Bruno

 

 

(1) Peixe das costas de Portugal.
 

 

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