Estou com saudade de nossos papos compridos

E de nossas verdades repetidas.
De te contar segredos mínimos
Pela sensação de que me tens carinho.
 
Esses ouvidos já me aliviaram dores,
Algumas,  de chagas enormes,
De crateras abertas pelo tempo
E por acenos que passaram de largo.
 
No meio das tardes que vejo cair,
Emerges com palavras robustas,
Ecos que  impõem
Um bouquet de felicidade
Aos canteiros da existência 
E essa vontade de viver
Como quem come biscoito de maisena,
Mahatma Ghandi de mim mesmo,
Olhar pervagante, sem contas do instante
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

 

 

Elias neri
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