Deixa-me sentir-te
No desnudar da madrugada
Com murmúrios em meu rosto
Por entre raios de sol
Roçando leve na minha pele
 
Deixa-me sentir-te
Num serpentear enfurecido
Das ondas desfalecendo à beira-mar
Entre pingos de espuma
Abraçados a meus pés
 
Deixa-me sentir-te
Nas gotas perfeitas de chuva
E no cheiro da terra acabada de regar
Desabrochando as pétalas
De sensíveis labirintos
 
Deixa-me sentir-te
Na magia que a noite conhece
Carregada de fascinantes instintos
Na voz turva e abafada
Do ofegar da respiração
 
Deixa-me sentir-te
Gravar meu corpo com suor teu
Semeando carícias em meu ventre
Como gotas de orvalho
Caindo no rosto pela manhã
 
 
 
 
Maria Escritos
© Todos os direitos reservados

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