LABIRINTO DE UMA PAIXÃO

LABIRINTO DE UMA PAIXÃO

 
Estranha visão
Cavaleiro errante, some na névoa
Escuridão
Há sangue nas rochas
Maldição
O mar está opaco
Há guerras invisíveis
Ondas violentas romperam correntes
Foi-se um elo da Terra
Espelho de engodo
Imagem refletida ao inverso
Praia vazia...
O som de um eco, um verso
Relógios pararam...
Cacos de vidro na areia
Pés frios, descalços
As velhas chaves...
já não abrem mais as portas
Misteriosos conclaves
União retalhada
Faces da orla
Ora perdida
Ora reservada
Quase sem vida
O desespero paira próximo
ao escuro desfiladeiro
Cavaleiro! Não te escuto mais...
A solidão está nos matando
Fixo naquela imagem, à noite
Lágrimas vertem de minha alma
O algoz regozija-se com o açoite
Dor invisível, que consome
Fragmentos de absoluta negação
Labirinto da paixão
Desilusão
 . . .           ...            . . .
 
É tarde, que pena, é muito tarde,
 o tempo passou depressa,
a angústia ainda, no peito arde
 
 
         “ FUGIT IRREPARABILE TEMPUS”

Bruma Lilás - Taís
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