Um poeta, é mais que um poeta
é traço e destraço, é troço
É joça é rasgo, é literalmente atleta
É coisa empalhada é mais um negócio.
Uma poeta é trinta, é quarenta
Versos e outros poemas, é centena
Quer que quer o que sempre quer
Ai do dia em que o dia tenta
Esfragar na cara da noite plena
Que a escuridão é parte do que vier.
Quem me dera o que quero ter
Tivesse ainda as coisas tidas
que todos os outros tem e eu não
Quem me dera ser o querer
Ter pra sempre sensação sentida
Apesar de nunca ter, o que outros terão.
E apesar de tudo, e apesar de nada
Façamos de conta que não faça
Tentamos expressar com a fala calada
Reproduzir sentimentos em massa.
Sublimes sentimentos aguniantes
Fortemente tocante ao ser
Trata doidos e amantes
Como únicos quando a dor é de doer.
Cala a felicidade e emerge reflexão,
depressão, vício, surge suicídio
Desespero se apodera do seu pobre coração
Dor e mais dor, porque não foste fictício?
É de doer, como toda verdade
Mas, dor faz lucidar neurônios
Trás uma sensação de realidade
Amo muito minhas dores, são penetrantes
Sou mistura de cores, somos misturas misturadas
Sou poeta de uma inspiração não instalada.
Sou poeta de dores doídas, de felicidade sentida
Sou da alegria e da tristeza, mas com certeza
Sou alvo dos fuzileiros sociais na anti-natureza.
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