O Poeta e o Mar

Região litorânea, 
cidade costeira.
Cair de uma tarde.
Andando por 
entre praias e penhascos, 
parando para olhar.
Vê-se embarcação
que desliza no oceano, 
criando quadro no horizonte.
Imagina-se como
sendo aquele barco.
Sente-se, então, 
como que acariciado 
pelas ondas marítimas.
Desvia o olhar 
para o céu e vê gaivotas 
se divertindo 
com o seu dom de voar.
Deixa ir o pensamento, vendo nelas 
uma espécie de metáfora 
para os sentimentos humanos.
Sente-se como 
que tocado pela vida. 
Talvez seja a visão do oceano  
ou do céu repleto 
de rarefeitas nuvens.
Ganha ares de poeta, 
transforma-se 
em testemunha ocular 
de momento muito especial.
Percebe a alma vadia da tarde 
com seus tons 
de vermelhos dourados, 
com seu crepúsculo.
O sol agora está alaranjado, 
tem um calor abafado 
que se mescla à brisa 
fresca que vem do mar.
Dali a pouco 
parecerá mergulhar 
com seu corpo circular 
nas águas salgadas.
Cena de todos os dias, 
mas hoje ganhou alma de musa.