Canção do auxílio

 
Será que “não” sei o que é real?
Uma criança passou fome no natal.
Seu olhinho triste disse:
- Moço me dá um real?
 
Será que “não” sei o porquê do vento?
 
Não existe o que será,
E sim,
O que brota do agora.
Os campos de magreza são sinônimos de beleza.
 
Por que não vou soletrar: a-ju-dar?
Conheço somente eu?
Tudo é meu?
Nada é seu?
 
Somente o pensamento é gratuito.
 
As matanças são sensíveis a natureza,
Que levarão morte ao atlas de seis continentes:
Gente sem água no verão
ou canção sem cifrão vitalício.
 
As águas se vão como pós.
Os homens correm logo após.
 
Cadê a água, as matas, e os bichos?
Cadê os bebês, as crianças, os adolescentes, os adultos, os idosos?
Todos se foram como estrelas cadentes.
 
Diferente,
Mas pensante,
Não me jogo na estante.
Não sou livro, e sim ser vivo.
  
 
 
 
 
 
 
 

saulo inácio da silva
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