De samarra sobre os ombros
Na cabeça um chapéu ou boné caminhando
Apoiado na sua bengala sempre a pé
Filho de gente muito pobre
Mas de coração rico e nobre
Com um olhar terno e bélo
Moleiro por herança era conhecido por o Camélo
Na aldeia que o viu nascer onde muitos anos antes
Seu pai e seu avô nasceram também
Em noites de lua cheia
Á luz do luar o centeio e trigo tinha que cribar
Para ao romper da aurora se pôr a caminho
Com a sua burra carregada em direcção ao seu moinho
Esta era a sua vida
Por vezes cansado de tanto a pé andar
Estafado parava para descansar e pensar
Que melhor vida aos seus filhos poderia dar
De sorriso bonito e aberto
Viveu e sofreu até Deus consigo o levar
Sem nunca o seu sofrimento demonstrar
Sempre de sorriso aberto e bélo
olhar vago e terno era o Camélo
Filho de gente pobre
Mas com o coração rico e nobre
Que nunca gemeu um ai
Camélo era meu Pai.

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