Mutação

 

 

Ainda que eu busque contemplar algo belo

a imagem do espelho me revela

um ser em transformação

momento único, singelo

mutação

 

Meus cuidados me consomem

dor aguda da pérola

que se forma no recôndito da ostra

onde segredos se aninham e dormem

no deserto que na concha se prostra

 

Preciso debastar certezas

agigantar meu olhar

sobre a própria pequenez

quebrar amplas defesas

encarar as vigas que se formam na tez

 

Nada me distrai das indagações

que trago em mim

dos pensamentos que se agitam

como ondas revoltas

até a arrebentação, por fim

 

                                                    ♥ Úrsula A. Vairo Maia

*Respeite os direitos autorais- esta poesia está registrada na Biblioteca Nacional. Se for copiá-la, preserve a autoria. Evite constrangimentos.

 

 

Queridos amigos do site e visitantes,
Fim de ano é tempo de colocar na balança da nossa percepção tudo que foi vivido, é tempo de reflexão sobre os acontecimentos do ano que se finda e sobre o que desejamos que ocorra em nossa vida no ano vindouro. Proponho através da imagem ilustrativa e do poema, que a auto-reflexão esteja presente em nossa vida a cada dia e não somente no fim de cada ano. Somos seres em permanente transformação, imperfeitos, inacabados, incompletos e dependentes do nosso Criador. Que Ele se revele e conduza a cada um de nós no caminho da verdade, do conhecimento de si mesmo, da mudança interior. Um grande abraço a todos com meu carinho

em meu cantinho