A Extensão do Mundo

A Extensão do Mundo

 
Um quarto, e seu esquecimento.
Um cavaleiro, e seu estandarte,
Na noite veloz.
Há um aspecto de mim que só você conhece.
E que nenhum conto de fadas reconhece.
Um Amazonas se aproxima de mim.
E não tenho medo.
Nessa noites em que me enrolo na cama.
Tristeza de meu livros me consola.
Burka, no lado, eu deixo só.
Não colhi todas as flores necessárias.
Não vi todas as cores e todas as neves.
De minha janela, defenestro todos os preconceitos.
Passeio, em longas caminhadas, sozinho.
E, meu espaço, é o mundo.
O meu reflexo, é o maior diamante do mundo.
Há poesia na rosa, no musgo.
Na mais escura das florestas.
Nunca estamos sozinhos.
Os labirintos de nós mesmos.
Os portos que não tem ninguém, nenhum, nada, nem navio.
Minhas mãos estão congeladas e não formam nenhuma estrela.
Na entrada da casa, fiquei solito.
Borboleta esvoaçou pela janela.
Arabescos pensaram em mim.
No rochedo, você se atirou,
em tecidos evanescentes.
Deitei na praça, e fiquei.
Contando, todas as iluminarias, em que passei.
Em todos os helespontos, em que te amei.
Estou nu, como um cadáver, e não respondo.
 
 

 

A paixão, para Soninha.

Bagé, RS

Claudio Antunes Boucinha
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