Quantas vezes é interrompido o pensamento
Pela urgência do momento
Um filho quer colo
Precisa de aconchego
O marido quer atenção
Precisa de um chamego
O telefone toca de um jeito nervoso
A vizinha chora de modo pavoroso
Quer um conselho
Na esquina o cachorro late
Assusta o moço
Olho meu rosto vincado no espelho
O dia é só alvoroço
Será que está pronto o almoço ?
Socorro, a empregada queimou o feijão !
Não é possível... acabou o sabão !
Menina abaixa o volume do rádio
Não quero ouvir tão alta esta canção !
Mas até na urgência
Os versos se aglutinam
Em louvável e misteriosa cadência
As palavras se amotinam
Como bolhas de água fervente
Nasce assim mais uma poesia
Bem lá no fundo...
No interior da gente
* Úrsula de A. Vairo Maia *
* Favor manter a autoria do poema de acordo com a lei vigente no país, que assegura os direitos autorais.
Queridos amigos do site e visitantes,
Escrevi esta poesia em Junho deste ano, quando estava em casa pela manhã, tentando compor alguns versos em meu caderno de poesias, quando uma de minhas filhas reclamou minha atenção. Ás vezes, os versos emergem na mente quando estamos mais ocupados, cumprindo nossos afazeres diários e ainda assim podemos transformar estes acontecimentos em uma poesia que fale do nosso dia-a-dia. Foi o que tentei fazer por meio dos versos acima. Um abraço terno a todos que me visitam.
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