Minha visagem não é psicodélica.
Simplesmente porque é de cor plúmbea.
No meu universo: muitas fugas, poucas saídas,
Sem a mínima possibilidade de protestos.
Só sobrevivência pura. Do corpo e da alma.
Neste infinito ciclo, onde fujo de um inimigo,
Que se diz meu amigo! Sigo pelo quarteirão,
Fingindo que sei que ele não está metros atrás.
Tentando me alcançar, pra falar daquela velha,
Repito: velha história decrépita. Viro o quarteirão
E longe da visão dele, começo a correr.
Quando ele vira o quarteirão também e me avista,
Ando calmamente, como se não estivesse a fugir.
Qualquer subida ou descida que me coloque fora
Da perspectiva dessa pessoa, é excelente momento
Para correr novamente e me afastar mais e mais.
Mas como falei: no meu universo - talvez no de todos-
Muitas fugas e poucas saídas. Alguma Deus há de revelar!
Nas ruas escuras cheias de carros, assaltantes, estupradores,
Usurpadores, mentirosos, assassinos, sarcásticos, psicopatas,
Descrentes de Deus e do amor. Eles caminham impunes!
O que remete à uma outra questão, Deus,
Pela qual preciso orar e jejuar. Agora sei bem
Pelo que e como pedir. Peço que você, meu irmão, enxergue
A situação como ela é! E não como querem te passar.
Pois esse mundo é sádico, e muitas pessoas querem
Ver as outras tristes, infelizes, desgraçadas e hostilizadas.
Num insight Divino, reflito e concluo novamente.
Neste universo, muitas fugas, mas uma certa saída:
Evitar ser mais um sádico ou masoquista.
Prosseguindo ainda puro como uma lágrima caída.
Vamos nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. Obrigada por me ler. Um beijo e muita felicidade p/vc.São Paulo
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