"Máscara do Mar Louco"


No êxtase da minha carne, esfomeada
Com meu corpo trêmulo de desejo
Vejo teu corpo nos arredores da libido
E minha áurea atormentada, devaneia...
 
Nas noites em que seu corpo teve o meu
Deixaram lembranças, que faço questão de alimentar
Pois ao sonhar acordado com seu enlace
Renovo a esperança de sentir teu néctar pulsar
 
Dentre alguns, fostes e fizestes a diferença
E no limiar do pico de me aliviar
Busco viscosamente, nas profundezas da memória
Seu jeito másculo de me fazer trocar de dimensão
 
E neste vai e vem do movimento frenético
Da saliva que transborda e banha nossos corpos
Do prazer alucinante de ver, que minha dor, lhe dá prazer
Não sei se é a dor, ou o seu prazer, que me dá prazer
 
Mas nada me importa mais, do que querer, te sentir novamente
O meu pensamento viaja e busco uma resposta
Por que não assumes que gostas da maçã?
Se, é visível, que tu és a lagarta que a devoras
 
O quarto iluminado com a luz de uma vela intencional
Daquelas que só nos mostra o que não queremos enxergar
Teu olhar lânguido, minha esperança invadida
Na linha do horizonte, no final do cosmos, seu visco me completa
 
Sem ter como interpelar meu algoz, inebriado
Presenteio meu ser, com o olhar sobre seu corpo seminu
Ao mesmo tempo em que me autoflagelo em pensar
Quando novamente, prazerosamente sua máscara eu irei revogar?