Diz-que-me-diz que nunca me diz nada, que fala de boca cheia da alma esvaziada, que fala da vida alheia sem freio, e a língua afiada mente como se fosse fato, de verdade, de propriedade auto-proclamada. Mas certamente, se não de imediato, cedo ou tarde a audiência se cansa e evade, na evidência da ineficiência de quem palestra, de quem se debate enquanto mestra o discurso por impulso, sem ciência e sem arte. Mesmo quem não parte tem consciência do desperdício de tempo e ofício, e o mormaço do inexercício incomoda a quem pensa, ao passo que a massa de manobra só escuta o que se passa, e nada cobra, e nada pergunta, e acha graça, e presta reverência a quem diz que sabe sem fato, sem prova. Vendo isto, eu não resisto e não deixo barato:
-Sabe uma ova!...

"Homenagem" a um professor despreparado...