Hoje apesar do calor o frio se fez.
Dentro de mim um vazio imenso me têm.
Não quero dividir com ninguém minha dor.
Até porque ninguém merece tê-la.

Hoje sou o que chamam de nada.
Sem brilho nos olhos, minha vida é opaca.
Era pra ser vida plena.
Mas essa frieza congela a cena.

Hoje não tenho imagem alegre.
Aliás, alegria não está em meu dicionário há tempos.
Esqueci-me de seu significado.
O gelo destrói todo o sentimento.

Não quero sofrer lentamente.
Se é pra morrer que seja instantâneamente.
O que me resta de fato, além de dormir.
É para todo o sempre partir...

São Paulo, 02 de fevereiro de 2008

Carlos Eduardo Fajardo
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