A poeira rasteja no colo da terra
A insano hipocrisia dos homens.
A  feia e dolorosa face da injustiça
Espanta o querubim da paz.
Gritos, clamores e silêncio,
São ensaios que já não satisfazem.
No berço da tenra inocência,
O porvir  parece não alimentá-la.
E o menino em prece tem pressa
De arguir seu desejo de esperança.
Que terra é essa
Que varre banindo do seu solo
A crença de si mesma?
Seres de pele fria resfriam o ar.
O sol sobre ela desponta e se põe
E nada acontece nesse gótico atravessar.
As etnias que a povoam mesclam de gens ignorados
No abuso da formação que a coroa.
Que terra é essa
Que prende meus pés
Com as incertezas e libera a minha cabeça
Nos páreos que a alma almeja?
Que terra é essa?
 
Jair Martins   

Recife(PE), 29/11/06