Escrevemos histórias a passos lentos,

Sempre tentando fazê-los mais largos.

Inúteis tentativas de pressa e ganância,

Já que resultam em caros encargos.

 

Viver é uma experiência de suma curiosidade.

É estar e deixar-se levar pelo aleatório,

Visto que mesmo com o axioma da ordem

Não temos total controle e isto é notório.

 

Não tenteis conhecer mais pessoas do que poderia;

Nem travar relações que levam a mente à loucura.

O equilíbrio de emoção e razão é o ideal,

Ainda que nem sempre possível nesta trama obscura.

 

Perseguimos sonhos, transformamos em objetivos

E fazemos de tudo para enxergar otimismo bonito.

A vida nem sempre é assim, mas tudo bem...

A existência sem causa seria apenas um mote infinito.

 

Rabiscamos palavras e figuras, proferimo-as...

Tudo em nome de deixar alguma marca

De que pelo mundo estivemos, que houve história.

Não entendemos, todavia, a viagem por que cada ser embarca.

 

Há caos. Sempre a mexer em um estranho caldeirão

Preparando destinos de tremendo sabor ou viscosos.

Passamos sem compreender ninguém além de nós,

Mas tentamos, ao menos, imaginar cenários amorosos...

 

O livro de cada ser é um enredo único.

Desejamos ver pelos olhos alheios. Impossível lida.

Ao léu, cansamos de perder, mas já perdidos,

Como encontrar um real significado para a vida?